Introdução:
Ao nos defrontarmos com a história dos reis
de Israel e Judá, chama-nos a atenção a atividade dos profetas e suas
responsabilidades diante do Sagrado. Advertência e punição nunca se separaram
dos fora da Lei de Javé, era uma forma de evitar do homem se distanciar de seu
Criador. (jfas).
1. Profecias no Antigo
Testamento:
Precisamos entender o significado do
profetismo no Antigo Testamento, isto é, o ofício do profeta. O profetismo não
se originou em Israel, pois já existia no paganismo. Em Israel, o primeiro a
receber o título foi Abraão. O termo usado é Nabhi, a palavra hebraica usada
para traduzir o termo profeta, significando “chamar e nomear”, aparece
cerca de 660 vezes na Bíblia, numa média de 440 no Antigo Testamento, e de 220
no Novo Testamento. Ver: (Gn. 20: 7).
2. O papel do profeta:
Os profetas eram homens que Deus revestia do
seu Espírito para uma missão especial no sentido de alertar o povo e os
governantes quanto à necessidade de viverem uma vida religiosa e moral de
acordo com princípios divinos. Tornavam-se assim guias espirituais, da mesma
forma como num momento específico da história, os juízes se tornaram líderes
políticos e militares para orientar o povo de Deus.
3. O inicio da era profética:
Apesar de encontrarmos pessoas dotadas do
espírito profético desde as origens do povo hebreu, somente a partir de Samuel
é que esses homens inspirados por Deus passam a ser enviados ao povo para
orientá-lo, formando uma cadeia ininterrupta durante cerca de seis séculos, (aproximadamente desde 1.050 /450 a.C). Ver: (Gn. 20: 7; Nm. 11: 25 - 26; Dt. 34: 14).
4. Como recebiam os profetas
suas mensagens?
Na verdade Deus falava a seus servos, os
profetas, no passado assim como nos fala ainda nesse terceiro milênio da era
cristã. Deus falava, e, fala de diferente forma, segundo os seus propósitos. “A mensagem profética era comunicada,
geralmente, mediante a pregação”,
outras vezes mediante uma ação simbólica, realizada publicamente com a
finalidade de causar maior impressão sobre o povo e também se expressava pela
forma escrita. Ver: (Jr. 7: 1-15; Is. 20; Jr. 13: 19; 36; Ez. 4 - 5).
5. A passagem da oral para a
escrita:
Ao passarem, pois, da pregação oral para a
escrita, esses "homens de Deus"
recebiam um carisma especial de inspiração, que conferia a seus escritos o
valor de livros sagrados, dignos de serem inseridos no cânon das Escrituras
divinas. Não devem ser vistos como meros reformadores religiosos, nem tampouco,
meros adivinhadores. Profetas explicam e predizem o passado. Profetas ungem e
denunciam reis. No segmento profético do
cânon, fica evidente que, em suas obras escritas, os membros do movimento
profético juntaram história narrativa a um profundo interesse por questões
teológicas. Aqui os profetas e os que concordam com eles pregam e escrevem a
Palavra de Deus. A existência dos livros
proféticos indica que muito depois de sua morte o povo de Deus concluiu que
esses homens e mulheres de fato falaram em nome do Senhor. jfas).
6. Alguns nomes de destaques:
Alguns nomes se destacam nesta galeria, tanto
de homens, como de mulheres: “Miriã,
irmã de Moisés, foi chamada de profetisa (nebi'ah, no hebraico, forma feminina
de nabhi). Outro nome feminino é o de Débora, embora sua função tenha sido
conhecida por liderar Israel na luta contra Jabim, rei de Canaã. Nos tempos do
rei Josias outro nome que se destacou foi o de Hulda, a quem o rei mandou
consultar quando o livro da Lei foi encontrado”. Isso nos mostra que homens e mulheres comprometidos com a
vontade de Deus tornaram-se porta-vozes da sua palavra deixando-nos um legado
de vida e testemunho que vale a pena ser conhecido. Ver: (Jz. 4: 4; II Rs. 22: 14).
7. A literatura profética:
A literatura profética pode ser divida de
várias maneiras. A mais tradicional e comum, entre os cristãos, é a divisão em
profetas “maiores e menores”. As designações Profetas Maiores
e Profetas Menores, surgiu com Agostinho, em torno do “quarto século depois de Cristo, na sua Obra A Cidade de Deus”.
a. Os profetas
maiores são em número de quatro: “Isaías, Jeremias que escreveu também seu
livro de Lamentações; Ezequiel e Daniel”.
b. Os menores, em
número de doze: “Oseías, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque,
Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias”.
Não que uns sejam mais importantes que outros. São chamados "menores" não por causa de sua
pouca influência ou importância, mas simplesmente pela extensão de seus
escritos. Na Bíblia hebraica os profetas menores constituem um volume só. Seu
título é "Os Doze". A
Septuaginta, a tradução do Antigo Testamento para o grego, os intitulou “Dodekapropheton, que significa Os Doze
Profetas”.
8. Os livros:
O livro deuterocanônico e “Eclesiástico da Bíblia Católica escrito por
volta de 190 a.C e acrescentado ao cânon em 1548, no Concílio de Trento” traz a seguinte declaração sobre
eles: “Quanto aos doze
profetas, que seus ossos floresçam no sepulcro, porque eles consolaram Jacó,
eles o resgataram na fé e na esperança”.
Escrito por Jesus Ben Sirac, no segundo século antes de Cristo, este livro
mostra que eles eram bastante estimados no judaísmo. Ver: (Bíblia Católica, Ec. 49: 10).
9. Cronograma dos livros, doze
profetas menores:
Eles foram escritos durante um período muito
extenso do “século VII ao III a.C”, e por isso constituem fonte
inestimável para o conhecimento da antiga civilização judaica, em seus “aspectos sociais, religiosos e políticos”. A ordem em que aparecem não é a
mesma das versões cristãs da Bíblia a “Vulgata
e dos Setenta que por sua vez, diferem da adotada pelo texto massorético”. Um fato interessante é que em
nenhuma das três, a ordem observada é a cronológica. Muitos deles foram
contemporâneos e algumas profecias proferidas ao mesmo tempo. Podemos
dividi-las em três grupos.
a. Os doze profetas menores
jfas).
Grupo
|
Livros
|
Ordem Bíblica
|
Ordem Cronológica
|
Profetas de Israel
|
1. Jonas
|
1. Oseias
|
1. Obadias
|
2. Amós
|
2. Joel
|
2. Joel
|
|
3. Oseias
|
3. Amós
|
3. Jonas
|
|
Profetas de Judá
|
1. Obadias
|
4. Obadias
|
4. Amós
|
2. Joel
|
5. Jonas
|
5. Oseias
|
|
3. Miquéias
|
6. Miquéias
|
6. Miquéias
|
|
4. Naum
|
7. Naum
|
7. Naum
|
|
5. Sofonias
|
8. Habacuque
|
8. Sofonias
|
|
6. Habacuque
|
9. Sofonias
|
9. Habacuque
|
|
Profetas Pós-exílio
|
1. Ageu
|
10. Ageu
|
10. Ageu
|
2. Zacarias
|
11. Zacarias
|
11. Zacarias
|
|
3. Malaquias
|
12. Malaquias
|
12. Malaquias
|
|
T o t a l:
|
12
Livros
|
12
Livros
|
12
Livros
|
b. Cronologicamente temos
Números de profetas na ordem cronológica e ano
|
||
II
|
Obadias e Joel
|
850 - 800 / a.C
|
IV
|
Jonas, Amós, Oséias e
Miquéias
|
780 - 700 / a.C
|
III
|
Naum, Sofonias e
Abacuque
|
700 - 600 / a.C
|
III
|
Ageu, Zacarias e
Malaquias
|
520 - 420 / a.C
|
10. As três dominações:
Para compreendermos melhor a mensagem
profética precisamos, primeiramente, considerar o contexto histórico que
envolveu esse período. Não podemos nos esquecer que o nosso Deus é o “Senhor da História” e como tal, nada foge ao controle de suas mãos. O primeiro
aspecto está relacionado às três dominações:
a 1º
dominação assíria, 2º Babilônica e 3º persa. O Egito, no seu apogeu, foi usado por Deus como Berço
da civilização israelita e a despeito da sua grandeza e glória, Deus puniu o “Egito os agressores de Jacó, mas,
disciplinou também Israel e Judá devido à apostasia, idolatria e abandono da
aliança com o Senhor”.
11. Os mensageiros do Senhor:
Foi neste contexto que surgiram mensageiros
do Senhor conclamando o povo ao arrependimento, mostrando-lhes que a ascensão
dos assírios viera como extensão de Seu próprio braço, caso não se
arrependessem. Foram mensageiros neste período: “Oseías (Reino do Norte)
proclamando que o amor supera a dor; Joel (Reino do Sul) divulgando que o Dia
do Senhor vem; Amós (Reino do Norte) apregoando, justiça, retidão e retribuição
divina pelo pecado; Jonas (Reino do Norte) apresentando a magnitude da
misericórdia salvífica de Deus; Miquéias (Reino do Sul) exortando que o Juízo e
Salvação Messiânica estão próximos e Naum (Reino do Sul) anunciando a
destruição iminente de Nínive (capital da Assíria)”.
12. Deus puniu os inimigos de
seu povo:
Embora tenham atuado como instrumentos nas
mãos de Deus, “os assírios foram
punidos por sua crueldade e arrogância. Nabucodonosor, visando estender seus
domínios, arrasa a cidade de Nínive e marcha implacavelmente contra Judá
conquistando Jerusalém, saqueando o templo e levando cativos seus habitantes”. Mais uma vez, vemos Deus agindo
por meio da história para que seus intentos se cumprissem. Neste contexto, os
mensageiros são: “Habacuque que profetizou em Judá um ano após
a invasão. Sofonias prenuncia a destruição de Nínive e Obadias o juízo contra
os Edomitas”. jfas).
13. O fim dos setenta anos do
cativeiro:
Após o tempo de “disciplina do povo judeu
70 anos de cativeiro babilônico”, mais
uma vez o “Senhor da História
conduziu o reino persa, comandado por Ciro, ao triunfo sobre a Babilônia, a fim
de restaurar seu povo”. (Assim diz o Senhor ao seu ungido, a
Ciro, a quem tomo pela mão direita, para abater as nações ante a sua face; e
para descingir os lombos dos reis, para abrir diante dele as portas, que não se
fecharão. Para que a vida de Judá voltasse à normalidade e se preparasse para a
chegada do Messias prometido), Deus
enviou os três últimos profetas do Antigo Testamento: “Ageu que foi a primeira
voz profética após o retorno há Jerusalém 15
anos e reedificação do templo. Sua mensagem foi de ânimo e esperança de dias
melhores. Zacarias, por sua vez, fala da conclusão do templo e das promessas
Messiânicas. E finalmente Malaquias, o último profeta do Antigo Testamento,
atuou em Jerusalém quase um século após o regresso dos exilados ressaltando a
característica do verdadeiro culto e dos verdadeiros adoradores”. Ver:
(Is. 45: 1).
14. A mensagem contemporânea:
Um segundo aspecto a ser considerado, é a
contemporaneidade da mensagem profética. Pode nos parecer a princípio, que a
mensagem anunciada há milhares de anos atrás, tenha sido apenas para um
determinado povo e nação. Muito pelo contrário, ela trata de temas
absolutamente importantes, urgentes e atuais. “Os mesmo quadros de corrupção, injustiça social, abusam de autoridade,
afrouxamento dos padrões de moralidade, idolatria e frieza espiritual do povo
de Deus que acontecia naquele tempo continua se repetindo. Hoje na atualidade a
responsabilidade é da igreja através de seus representantes; e, têm feito o
Marketing da Teologia da Prosperidade para alimentar suas mazelas”.
Conclusão:
A leitura dos Profetas Menores vem,
portanto, ratificar a “semelhança
da situação do povo daquela época com a situação que vivemos nos dias de hoje”. Os profetas eram homens de seu
tempo, de carne e osso, falando e escrevendo a homens de carne e osso também de
seu tempo, e esta é uma das principais razões de sua atualidade para nós. Os
desconfortos da era atual são: “As heresias e a profanação através do
Marketing da Teologia da prosperidade, e o absolutismo que causam o afastamento
do bom senso. Eles desprezam a Ética, e alimenta o nepotismo, forma esta para
engodar suas mazelas. E, esquecem que há um único dono da seara foi o que deu a
sua própria vida em resgate da humanidade chama-se, Jesus Cristo”. Ver: (Mt. 25: 31 - 46; Jo.14: 6; II Tm. 2: 5 - 6).
Consultas:
a. ANDRADE, José Sélio. Os Profetas maiores:
- (II) - Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. Rio de Janeiro:
JUERP, 2004.
b.
Bíblia Sagrada - Trad.
da Vulgata pelo Pe. Matos Soares, 34 edição. Edições Paulinas, 1977.
c.
Dicionário Enciclopédico
da Bíblia- vozes, 1977.
d.
HOUSE, R. Paul.
Teologia do Antigo Testamento. Vida, 2005.
e.
AMARAL, José Mauricio
Cunha,
f.
Bíblia de Estudo Dake.
Bibliografia:
OBS: Este estudo foi
elaborado por este servo do Senhor, em Português, Español e Inglês pela
infinita graça de Deus. Autor das seguintes apostilas: A queda do homem
e aprovidência de Deus; a família; bíbliologia; a primeira, segunda e terceira
vinda de Cristo; dispensarão da graça; O princípio; os 666; Cristão e a
Maçonaria; Líder liturgia e igreja; Álcool e o Cristão; Cristão e a Máscara;
Cristão e a Santificação; Profecias do AT e NT; Perguntas e Respostas Bíblicas;
Hierarquia dos Angelicais; Manual do Obreiro; Igreja e o Sábado; Mulher pode
ser pastora; Teologia da Prosperidade; Teologia de Missão; Vamos nos conhecer
nos Céus? A Nova Jerusalém Celestial; Hinos de corais Antigos; A igreja e o
Nepotismo; As sete igrejas da Ásia; O ano de Jubileu; Palestras para Família; Os
Mártires da igreja primitiva; Os doze profetas menores; Teologia da Música; A
Igreja e o Jejum; A igreja e a Reencarnação; Teologia do dizimo; O Juízo Final e o Trono Branco;
José Fernandes Alves dos
Santos, atualmente membro da IEAD de Canoas - RS. Brasil - Evangelista
2º Responsável do Distrito Três; e, faz parte do conselho de Ética pastoral.
Seu ministério e chamada ministerial são voltados predominantemente para a
Educação Cristã, de modo que também trabalha como conferencista internacional,
cuja especialidade na teologia é a Escatologia Bíblica, Hermenêutica &
Exegese Bíblica, Teologia Sistemática, e a Pedagogia Cristã; e, é Monitor do
curso de Capelão Interdenominacional > UNICAPI Presidente: Pr. Manuel
Quadros; e Monitor do Curso de Capacitação de Liderança da Ética Ministerial.
Ø Foi Coordenador da EBD
distrito três.
Ø Foi Coordenador de
missões idem.
Ø É Capelão Evangélico
Interdenominacional - CEI.
Ø Cursando 5º Sem. De
Letras – Unilasalle – Canoas-RS.
Ø Formou oito turmas na
disciplina de español através da “FUNDAPES”.
Ø Atualmente Cursando o 3º
Semestre de Teologia Bacharelado – Unilasalle-idem
Ø Fez Parte da Diretoria
Acadêmica – Setor “Ação Social”. Idem.
Ø Faço Parte da “Umergs”
União dos Militares do Estado do RS. Presidente: CL. Salomão.
Ø Telefones: (051) -
3463.1932 / 9243.9195
Ø E - mail: fernandesj17@gmail.com > Fernandez.furquim@yahoo.com
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